quarta-feira, 13 de março de 2013

"ANIMAIS SÃO A CURA PARA O SÉCULO XXI"


Parte da entrevista com Dennis Turner, presidente da IAHAIO - Associação Internacional das Organizações para a Interação Homem-Animal Professor de veterinária da Universidade de Zurique, Dennis Turner defende que a companhia de cães e gatos é essencial para a qualidade de vida do homem.
imagem: Dennis Turner



O senhor defende que os animais domésticos trazem benefícios para a saúde e qualidade de vida do homem. Que tipo de benefícios e como isso é possível?

De várias maneiras. Vamos tomar como exemplo um cidadão comum, quer dizer, alguém que não sofra de uma doença ou deficiência e precise de terapia. Apenas a presença do animal de estimação pode reduzir a pressão sangüínea, o que é uma das justificativas para o alto índice de sobrevivência de donos de animais um ano depois de terem sido vítimas de ataque cardíaco. A outra explicação é óbvia e vale para todos os donos responsáveis de cães interessados em prevenir doenças cardíacas: mais exercício diário por conta das caminhadas com o animal pela vizinhança. Donos de animais de estimação geralmente têm baixo nível de colesterol, um dos fatores que pode levar a um ataque do coração. Um estudo publicado pelo British Journal da Royal Society of Medicine indica que, ao adquirir um cão ou gato, o dono reclama com menos freqüência de pequenos problemas de saúde e desfruta de melhor qualidade de vida do que pessoas sem animais de estimação. Este efeito dura, no mínimo, 10 meses depois da aquisição - que foi a duração da pesquisa - para os donos de cachorros. Logo, não estamos falando de um "efeito novidade" que vale apenas para um breve período de tempo depois da aquisição do animal. Pesquisas médicas de larga escala na Austrália concluíram que donos de animais de estimação se consultam com menor freqüência com clínicos gerais e requerem menos medicação do que as pessoas sem animal de estimação. O estudo que apresentarei na 9ª Conferência mostra que o dono de gato - e o de cachorro com menos intensidade - estão menos sujeitos a gastar dinheiro com saúde do que os 'sem-animal'. Já publiquei estudos que tratam de como o gato pode reduzir sentimentos de depressão, solidão e ansiedade - sentimentos que todos nós temos mais cedo ou mais tarde sem estar clinicamente doente. Animais de companhia também se mostraram bastante prestativos para crianças tanto em casa quanto na escola. Eles aumentam a auto-estima da criança, melhoram sua integração na sala de aula, incentivam o contato social com outras crianças e aumentam sua vontade de aprender. É por isso que vamos aprovar na conferência no Rio a Declaração da IAHAIO sobre Pets na Escola. E não podemos nos esquecer da parcela da população industrializada que mais cresce: os idosos. Muitos estudos têm demonstrado a importância e os benefícios do animal de companhia na terceira idade. Quanto aos grupos de pessoas com necessidades especiais que podem receber terapia assistida por animal ou participar de atividade assistida por animal (AAA), temos estudos que comprovam a utilidade - e, na maioria dos casos, o sucesso - do animal como co-terapeuta: doentes psíquicos que não se comunicam, crianças hiperativas ou agressivas, portadores da síndrome de Down, pacientes de Alzheimer, pacientes com problemas neurológicos e deficientes físicos.

Qual o papel dos animais em nossa vida? Podemos dizer que eles são a cura do século 21?

Cresci com cachorros e, por conta das minhas inúmeras viagens pelo mundo, tenho apenas dois gatos que são um grande conforto para mim quando estou em casa - são como uma família. O animal de companhia não é "a" cura para todos os problemas, mas eles certamente terão um papel cada vez mais significativo em nossas vidas.

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